Medite a respeito das coisas serem passageiras na vida...a natureza da vida é a impermanência, a temporalidade, todas as coisas passam, mudam, o que estava no alto cai e o que estava embaixo ascende.
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as pessoas permaneciam em sua vida impermanentemente
as q ela gostaria q estivessem todo dia
Já as que não fazia questão, aliás, as que adoraria não ver
ou não ter que fingir que não vê todo dia,
essas permaneciam permanentes
imóveis, imobilizadas, imobilizantes
Então, começou a pensar e quis chamar o pensar de meditar
que há que deixar ir, há que ir
Pra 2012, coragem!
de fazer o q quiser do tempo
trazendo o bom do impermanente como alimento pra todos os dias
romper com o tempo do permanente que imobiliza
força pra isso
ir
Ah, se ela pudesse escrever sobre a noite de pirilampos, raios e trovoes e sexo e amor!!! Podia, mas não vai, vai levar consigo, como alimento.
Quase escreveu que só o impermanente pode voltar sempre e que disso se alimentaria, mas percebeu que o que desejava não eram voltas eternas e sim permanências q...
O q desejava mesmo?
Tão simples: estar com ele
e sabendo q não havia nada a fazer senão deixá-lo ir, alimentou-se de carregá-lo dentro de si e se deixou carregar por ele. E assim, amparada e amparando, torceu pra conseguir realmente fazer o que quiser do tempo, já q, meditou, na roda da fortuna fica quem quer
há muito que ela prefere as espirais
18.1.12
9.4.11
Salve, amores!
Ah, amores meus!
Por favor, parem de achar
q vou salvá-los de algo
O algo é vcs
e ninguém salva ninguém de ninguém
Aliás, do q mesmo precisam ser salvos?
Livre arbítrio
Lembram?
Quem me salva de mim qdo amo?
23.2.11
POR UNA CABEZA
Vinha da casa ao lado a música. Na primeira vez que a ouviu reconheceu de imediato: “Por una Cabeza”, de Gardel. A cena de Al Pacino, cego, dançando o tango com uma desconhecida, em “Perfume de Mulher” era uma de suas preferidas desde sempre. Ficou feliz por ter um vizinho que, provavelmente, compartilhava o gostar.
Àquela primeira vez seguiram-se muitas, na verdade em alguma hora do dia, todos os dias, a música tocava na casa ao lado. Se algum dia não a ouvia é porque, provavelmente, não estava em casa quando tocou.
Numa madrugada ao chegar de uma festa, ou bar, tanto faz, foi tomar banho e às 3 da manhã lá estava ela, tocando baixinho pra não incomodar os vizinhos, indubitavelmente ela: Por una Cabeza, Gardel. Não, vizinho, não incomodou em nada, alias, a cerveja na cabeça, o calor, a água escorrendo, a música... quase um orgasmo.
O único problema é que a musica ficava em sua cabeça por horas. No dia em que a ouviu bem cedinho e logo depois foi fazer feira, teve a impressão que escolhia as laranjas com movimentos sincopados, que cada ida sua em direção à próxima barraca era acompanhada por volteios de pernas e baixadas de olhos. Mas, deve ter sido impressão já que não se lembra de ninguém a olhando de modo estranho e, bom...gente a olhando de modo estranho nunca faltou, acho que nem perceberia mais.
Começou a imaginar quem seria a pessoa que ouvia Gardel todos os dias, esse Gardel. Os vizinhos tinham se mudado praí recentemente, nunca prestara muita atenção neles, a não ser que haviam transformado o pequeno jardim num deck, que os carros dormiam na rua, apesar de terem garagem (pra que usariam a garagem?), que tinham um cachorro grande com cara de bravo e que não havia crianças na casa.
Uma vez vira um homem, jovem e careca que saía da casa na mesma hora em que ela. Ele até fez um aceno de cabeça, educadamente correspondido, mas sequer reparara se era feio ou bonito. Ela estava com pressa, como sempre e bom...isso foi antes da música. Havia também um homem mais velho, sabia porque as vezes discutiam alto, o mais velho e o mais moço, mas novamente nunca prestara muita atenção no que falavam, já que não era da sua conta. Tinha também uma mulher, jovem talvez, que pendurava roupas, cantarolando as vezes e era só pelo cantarolar que intuía que ela era jovem. Haveria uma velha? A mulher do velho, cuja voz nunca ouvira? Seria ela quem ouvia “por una cabeza” diariamente, recordando os dias em que bailava tango com o velho? Será que eles saiam dançando pela casa, com passos agora comedidos? Seriam os mais jovens um casal? Irmãos? Sonharia a moça em ser a desconhecida guiada num tango por um Al Pacino cego?
Ficou cheia de vontade de aprender a dançar o tango. Já o sabia em seu pensamento. Seu corpo, cria, não teria dificuldade em aprendê-lo. O tango! O homem geralmente boêmio, jogador e chifrudo. A mulher quase sempre uma vadia, falsa, que “jura sorrindo o amor que está mentindo” é a causadora de toda angústia e desgraça masculina. Isso nas letras, pois no dançar, a mulher, sempre aos pés do homem parece submissa. Só parece, porque observando melhor, o homem pega forte no tango, muito mais que o necessário para apenas conduzir, como em outras danças de casal. Os gestos dizem: Ela é minha! Mas ela é tão poderosa, que se não a pegar forte, ao mesmo tempo em que a seduz fazendo-a crer que não está nem aí, ela escapa. Ah, mas isso é tudo firula do pensamento.
Só o que sabe é que adora o(a) vizinho que ouve diariamente Gardel. E que sai dançando sozinha pela casa, de olhos fechados, sendo ao mesmo tempo a desconhecida e o cego a lhe guiar.
16.10.09
* COMPLETE O “o...”
Pois o q dói é q o máximo q possam(os) dizer de nós é Sinto muito!
Dela não Ela foi Ela é
Mas de nós... nunca claro o bom o a vontade o...
nunca ou ao menos, nunca mais
só lá
tão longe tão breve
lá
num tempo/lugar em que sei existiu o ...
...que com nada rima com nós hoje
dor velha, sei poderia escrever horas, mas Sinto muito!
* ao pai da minha filha no dia em que ela completou 17 anos
.
18.5.09
Tenho um novo anjo da guarda
Que sorte!
Ele parece tão frágil...
Quando me diz, tão novinho ele,
que já esteve nesse lugar onde me (nos) leva,
não sei porque, não duvido.
Não é um lugar bonito, o lugar das minhas dores
mas como agora é imperativo passar por ele,
que desse processo saia entendimento, conhecimento...
e todo o lixo acumulado
e quanto lixo!
Que bom que não estou sozinha nessa faxina!
Não daria conta de acertar essas contas
E ao que tudo indica, estou muito bem acompanhada
Que sorte!
Grata, universo!
23.10.08
Ah! Como é bom apagar apagar e apagar o monte de bobagens escritas nos anteontens!
Mas me pergunto:
Pra onde vai o lixo virtual? .
20.10.08
Ainda sobre Abismos(mas ja passa...tudo passa)
"Eu chorava, no começo eu chorava e não entendia, apenas não entendia, e não entender dói, e a dor fazia com que eu chorasse, no começo." (Caio Fernando Abreu)
Pensou em dar um oi, mas recuou. Ao oi talvez viesse resposta e a resposta inevitavelmente mudaria o rumo de seus pensamentos. Não que gostasse dos pensamentos que ora tinha. Não que gostasse de qualquer pensamento dos últimos dias. Andava impiedosa consigo. Sentiu-se muito irresponsável por ter uma filha. O escuro é de certa forma genético e ela pode ver nos olhos da filha seus rastros, a profundeza de poço, de quem vê beleza em poços. Temia, mas relevava, já que ambas sabiam ser gentis, alegres e... Torcia para que a filha não tivesse a mesma incompetência que ela pras tarefas banais do dia a dia. Não haveria espaço para isso, imaginou, fazendo um absurdo paralelo de como a incompetência nos amores banais do dia a dia do pai com a menina, não havia deixado a si, nenhum espaço pra desamores nesse sentido.
Quanto a outros amores, ela não entendia, apenas não entendia.
12.10.08
"quem gosta de abismos, tem q ter asas" *
era dia de abismo e ela sem asas
sabia que a paixão era pela paixão
e não pelo objeto dela, escolhido quase a esmo
dia de fuck you all, de tanto faz
a unica lástima a preguiça de sair pra comprar mais cerveja
não iria cuidar de ninguém, muito menos de si mesma
só essa necessidade de vomitar, de gritar no branco da tela
"fuck you all !!!!!!!!!!!!!"
fuck you todos que a lembram e imaginam como a melhor foda
a mais confiável confidente!
enganam-se, não confiem, nem ela confia nela
teve futebol hoje, sabe, não desconfia
sempre tem futebol
fuck you, não interessa saber quem ganhou nem quem jogou
mas não adianta, contam, 4X0, do Brasil na Venuzela
Ah...tá
e alguém se afogou, uma criança, contam também
Ah...tá
não interessa
não há nada que interesse
nada tão interessante quanto o abismo
pena, que justo hoje, estava sem asas
e com essa sede ridícula
de amor e de cerveja
*frase q ouvi de Abu desde sempre, mais que provavelmente citando alguém, que não tenho a mínima idéia de quem seja
.
10.8.08
gostaria de saber porque minha mão direita é sempre tão gelada
oposta ao coração
a mão da ação parece sempre dizer morte
dizer não
.
16.6.08
s u s piro
não nunca mais mais
seu mais ou menos trouxe o menos pro mais que era a minha paz
06/08
Os x da lição
o professor manda escrever um poema
Na tentativa de cumprir a missão
qualquer coisa vira inspiração
Tomo da faca parto reparto
expremendo das palavras suposta canção
Uma delas se debate, esperneia, chicoteia
faz alvoroço, quase pula em meu pescoço
brada aos quatro ventos algo que não entendo
Por fim, em meio a tamanha gritaria, ouço a que se referia
− Volte pra escola, ora bola!
Com x ?! Mas o que é que eu fiz?!
Assim me recuso a te dar meu sumo!
com o respeito que se deve a quem
está prestes a ser alma grafada errada
respondo
─ Não vês que foi apenas força de espressão?
(quase levo um segundo bofetão!)
10/06
Mentirinha
- Jura? - Juro. - Mesmo que Aldebarã despenque do céu ? - Ainda assim, contigo nunca hei de ser cruel.
09/06
Dissonâncias
Não, a vida não é justa! pensou ela
justa fosse não descompassariam os amores
a ridícula rima amor/dor seria coisa de novelas
tema pra boleros de discutíveis qualidades
Justa fosse
quereres seriam simples prazeres
“O amor é frio como a morte!”
quando ouviu essa frase pela primeira vez,
vinda da boca de um ator em cena
se riu e não creu, mas cráu...
a vida é cruel
Entrou certa vez em um mar tão gelado,
mas tão gelado, que era difícil perceber que estavam no verão
e seu coração machucado, mais frio que o mar,
descompassado reafirmou-lhe
─ “...frio como a morte!”
improvável e insuportável temperatura
no que se supunha mero músculo pulsante
e o mais improvável (e não menos insuportável)
é que continuava viva,
falava, caminhava, cuidava
ria e chorava
até que um dia
a desagradável lembrança não era mais que isso
lembrança
que quando aflorava trazia consigo
(tanto tempo depois!)
rastros do insuportável,
do que nunca, em hipótese alguma
viveria novamente
até que um dia
quando pensou que a musica se faria...
dissonâncias
cráu,
a vida...
01/07
15.6.08
Chata! Chata! Chata!
me chamou de chata!
nem uma, nem duas, mas isso vezes três
achatando assim meu amor de vez
amor, aliás, não nutrido de paixão
mas de amizade com sabor de tesão
esse
descoberto do nada,
depois de anos de relação desestressada
amigos podem chamar amigos de chatos, mas
engraçado...
não lembro de por ele assim ser chamada
nos tempos de foda não consumada
por 25 anos, chata não fui
declarava desejos bestas, mundanos
e o bom amigo ouvia, atendia
ou, ao menos,
ria e entendia
curioso,
antes não se importava em servir
se isso me fazia sorrir
e se chorava, não pensava que era porque o cobrava
até oferecia o ombro e me consolava!
terá alguma coisa o gozo,
conseqüência do bem querer,
a ver com meu discurso causar desprazer?
- tomara que não!
quereres, tão simples
andam agora na corda bamba
será que só disse mesmo querer também ir na escola de samba?
Fiz o blog pra postar fotos, que nem sei porque, não estão mais aqui. Então aproveito pra postar antigos poemas que estavam espalhados por blogs de amigos e, quem sabe, me animo a escrever mais.